quinta-feira, 10 de julho de 2014

Alemanha-7 Brasil-1


O Mineirão foi testemunha do "Mineiraço", a versão revista e aumentada do "Maracanaço" de 1950, com o Brasil a registar a pior derrota da sua história. A meia-final prometia, com Brasil e Alemanha a encontrarem-se pela segunda vez em histórias de mundiais, depois da final de 2002, com vantagem para o "escrete" por 2-0, com dois golos de Ronaldo. Mas 12 anos passaram, e não há Ronaldo, Rivaldo, Adriano, Kaká ou outro que valessem a Scolari, que se apresentava neste desafio sem o central Thiago Silva e sem Neymar, a estrela da equipa do Brasil e sua maior referência, numa equipa sem muitas referências - ou qualquer outra, para esse efeito. Os alemães aguentaram os primeiros 10 minutos de pressão do Brasil, que bufava do cachaço de raiva em homenagem ao seu herói caído em combate, o tal Neymar, que da sua residência em Santos assistia (ou não, dizem as más línguas) à "demise" dos seus companheiros, e com Thiago Silva a cumprir castigo, ele que viria a ser um ausente providencial nesta tragédia em tons de verde e amarelo. Aos 11 minutos Thomas Müller fazia o primeiro golo do encontro, aproveitando uma falha de marcação da defesa brasileira - David Luiz lembrou-se de Müller tarde demais, e este fazia o primeiro da série de sete com que o Brasil encontrava finalmente o seu destino fatal, depois de um mundial fraco e sem qualquer indicação de que teria possibilidades de vencer, mesmo jogando em casa. A partir dos 23 minutos os brasileiros foram afligidos pelo KKK - Klose, Kroos, Khedira, os autores dos golos que fizeram o resultado chegar a uns humilhantes 5-0 antes da meia-hora. Klose marcaria aos 23, e passava a ser o melhor marcador em mundiais de futebol, ultrapassando o brasileiro Ronaldo, e o colectivo parecia sentir o ultraje, deixando Kroos - grande exibição, fazendo uso dos pés esquerdo e direito como se não houvesse amanhã - marcar mais dois, e Khedira completar a "manita", dando expressão ao seu domínio no meio-campo. A forma como a defesa do Brasil caía como um castelo de cartas, fazendo lembrar algumas equipas amadoras com que as selecções jogam antes dos grandes torneios. O intervalo chegou com 5-0 para a Alemanha, algo impensável, mesmo em qualquer consola de jogos. Na etapa complementar a equipa de Scolari voltaria com outra atitude, o que mesmo assim não foi suficiente para fazer a Alemanha marcar mais dois, chegando aos sete. Ambos os golos foram apontados pelo suplente Andre Schürrle, e se no primeiro a defesa brasileira não fica (outra vez) isenta de culpas, no segundo existe arte do extremo alemão do Chelsea, que manda um "míssil" sem defesa possível para Júlio César. O Brasil marcaria o seu tento de honra já nos descontos, por Oscar. Um golo que mais que consolação, serve de factor de multiplicação: é que sete vees zero, é sempre zero, com 7-1 temos uma Alemanha sete vezes melhor que o Brasil - se bem que "zero" ilustraria melhor o desempenho da selecção brasileira.

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