quarta-feira, 2 de julho de 2014

Eles estavam lá


E não podiam faltar. Nesta imagem vemos em primeio plano Sulu Sou, Jason Chao (a precisar de um "make-over", ur-gen-te, e já agora de um consultor de imagem, ou numa alternativa mais económica, de um espelho) e esta menina adorável que me vendeu a revista do Macau Concealers por 20 patacas no último 4 de Junho, a Winkie - hello Winkie *kiss* *kiss*. Esta não vão ver a gritar em nenhuma cerimónia de graduação, pois mal se ouve o que ela diz. Atrás deste trio eléctrico de verve contestatária e pele fresquinha vemos ainda Hiro Chan, a baixotinha de óculos escuros que segura um cartaz vermelho onde se lê "a nossa casa..." e depois falta o último caracter - Political message fail - e ainda Wong Kin Long, e não se deixem enganar pelos óculos e o ar de sonsinho, que este é um dos "pontas de lança" da Macau Conscience. Gostaram? Vamos ver outra imagem, e com isto já pareço uma avó a mostrar fotografias da netinha recém-nascida.


Aqui vemos Sulu Sou numa pose desafiante, já com ar de líder - ele que tem sido apontado como sucessor de Jason Chao na presidência da Associação Novo Macau Democrático. Reparem como o actual presidente surge atrás de Sulu, como quem aclama a nova liderança, e atrás vemos a nossa Miss Democracia, Kam Suet Leng, que está cada vez mais magra, um ho-rror! Andas a comer alguma coisa de jeito, miúda? Olha que não se faz activismo de barriga vazia (bem, na verdade, a possibilidade de fazer activismo de barriga cheia é ainda menor, mas deixem lá), e ao lado está Wong Kin Long, e estão a ver aquela pose muito "dread", muito "gangsta"? Eu disse que o moço tinha pelo na venta - isto apesar de ser visivelmente imberbe. Já vos disse que ele é meu vizinho, aqui em S. Lourenço, e que estudou no Instituto Salesiano? Não? Então leiam a antepenúltima frase sem "já vos disse", "que" e "?". Lá atrás, escondidinha, escondinha está Hiro Chan, outra vez muito discreta. Why so serious, girl?. A Hiro é um querubim, e entre as suas duas orelhinhas e um crânio coberto de escalpe e cabelinho está a massa cinzenta que produz os artigos que lemos (ou lêem, os que entendem chinês) no Macau Concealers. Isso mesmo, a Hiro é a redactora daquela publicação que tanto tem dado que falar. E quem foi o fotógrafo de serviço? Nada mais nada menos que Scott Chiang, regressado de mais um ano de aquisição de conhecimentos numa universidade de Taiwan, regressando mais tarde com o canudo, e ou muito me engano, mas este não acaba num casino a bater fichas ou a organizar eventos e cagadas do género.

Estes momentos foram registados durante a manifestação realizada ontem em Hong Kong, a que aderiram mais de meio milhão de pessoas! Toma! Ou quase meio milhão, não interessa, porque isto não se fala de "meio milhão de pessoas" com quem fala das quatro finalistas ao concurso Miss Universo. Imaginem o que era agora meio milhão de pessoas vos aparecerem à porta com uma garrafa de schnapps e dizerem que iam "crashar" na vossa casa esta noite? Fico contente que tenha estado lá malta de Macau, ainda que sendo os mesmos de sempre, para nos contar como foi. A Macau Conscience em colaboração com o ANMD, ou vice-versa, tanto faz, esteve lá a apoiar os seus camaradas de armas, e não estiveram sós - outra vez: meio milhão. Longe vão os tempos em que os activistas eram deixados a falar sozinhos, como se fossem maluquinhos. Lembram-se? Não foi assim há tanto tempo. Têm saudades? Eu também não. Ai têm? Fascizóides do c..., cúmplices da escória qu afundou o sonho da realização do segundo sistema. Ainda estão à espera que os gajos venham com soluções? Esperem sentados. Não vale na hora da morte pedir "só mais um instantinho, que está quase, quase".

O mais interessante aqui é a questão da mobilidade. Da quê? Mobilidade. Passo a explicar: as autoridades de Hong Kong estão certamente carecas de saber quem são Jason Chao, Sulu Sou, Kam Suet Leng et all, e em pleno dia 1 de Julho, data que assinala mais um aniversário da RAEHK e para a qual está programada a maior manifestação da história da mesma, eles valsam pela imigração e entram no território vizinho, quais bailarinos do elenco do "Quebra-Nozes", mesmo com as tais autoridades inteiramente a par das suas intenções - não iam fazer compras ao Marks & Spencer, certamente. Paradoxalmente, cada vez que se assinala um aniversário da nossa querida RAEM, é barrada a entrada a residentes de Hong Kong, alguns deles por razões que...bem, por razões que. O que querem que eu vos diga, quando um professor universitário que nunca foi multado em Macau por atirar um papel para o chão, não faz mal a uma mosca, e em alguns casos tem ar de lingrinhas, é impedido de entrar por constituir uma ameaça à segurança, apenas por expressar pontos de vista divergentes da nomenclatura?

O único fundamento escrito para justificar isto consta do nº 4 do artº 17º da Lei 9/2002, a lei de bases da segurança interna: "Impedimento de entrada na RAEM ou expulsão de não residentes que, nos termos da lei, sejam considerados inadmissíveis ou constituam ameaça para a estabilidade da segurança interna, ou sejam referenciados como suspeitos de conotações ao crime transnacional, incluindo o terrorismo internacional". Reparem do detalhe da letra da lei: nos termos da lei, ou seja, é vedada a entrada que "sejam considerados inadmissíveis (...) ou sejam referenciados (...)" nos termos da lei. Ou seja, alguém que já tenha sido referenciado ou cometido actos que o levem a ser considerado indesejável. Não são os badamecos dos polícias, que em muitos casos só têm o 9º ano tirado à pressão, que vão aplicar a lei, que tanto trabalho deu a gente que leu livros cheios de letras e sem bonecos do princípio ao fim a elaborar, e dizer a alguém completamente insuspeito e com o cadastro limpo que "não pode entrar" por ser "uma ameaça à segurança". Plamordedeus, pá, tenham dó.

Só se for com receio de transmitir a pieguice por contágio que estas traças do livro vindas de Hong Kong não podem entrar. Talvez faça parte do plano global de estupidificação da glebe, entretanto suspenso a 25 de Maio último por motivos de "tomada das pessoas como parvas", e quisessem evitar que viessem aí esses académicos ensinar alguma coisa a alguém, e se for jovem, isto pode ser interpretado como "corrupção da juventude". Uhhh...não sabiam? Está lá bem claro, escarrapachado no nº 1 e único do artº 1 e último do Código dos Totós que me fazem sentir vergonha de ir ali ao lado e dizer que sou de Macau. Tenho dito.



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