quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Em casa onde não há pão...


Hmmm...pão português, ao estilo daquele que se faz em Portugal, feito por portugueses com os ingredientes originais e tudo: eis a proposta da "Portuguese Bakery", cuja proprietária é minha conterrânea, ainda por cima - devia ter baptizado a loja de "Padaria Pintos". Ainda cima fica mesmo aqui ao pé de casa, na Travessa dos Juncos, a seguir à Travessa dos Vendilhões, uma das transversais da Rua da Praia do Manduco. Inaugurada na terça-feira, está aberta todos os dias menos à segunda, entre as 8 da manhã e as 2 da tarde. Um horário catita para mim, pelo menos por enquanto, que pego ao serviço às dez. Pensei em ir lá ontem de manhã, mas o magnestismo da cama foi mais forte, procrastinei o despertar e acabei por sair de casa a correr. Hoje foi a valer, com o rabiosque a saltar da cama logo às oito, hora que a padaria abria. Fiz a "toilette" mínima requerida para sair, guardando o esmero para quando já tivesse o bandulho cheio de pão, e por volta das 8:15 saí de casa. "Fico à espera do pão", diz-me a minha mulher.


Ainda não sabia da localização exacta, mas conheço bem aquela zona, e nem se colocava a possibilidade de não acertar à primeira. E assim foi: chegado ao Manduco, procuro a entrada da Travessa dos Vendilhões (do outro lado do passeio, um pouco antes de se chegar ao Supermercado Royal, quase no fim da rua, para quem vem do Mercado de S. Lourenço. Poucos metros à frente encontro a tal "Portuguese Bakery". Discreta, sim, escondida, talvez, para quem não conhece bem a área, e fechada, sem margem para dúvidas. Mas...fechada? Eram quase 8:30. Seria mesmo ali?


Bem, parece não haver dúvidas que se trata realmente da padaria que fez eco na imprensa, e que promete matar a fome de pão aos expatriados do rectângulo aqui por terras do Oriente, condenados aos Maxim's, aos New Marios, aos St. Honorés e quejandos. Mas então, que pasa, muchachos?


Fechado, pois. É isso que "Closed" quer dizer. Certifiquei-me que estava na Travessa dos Juncos, e havia uma placa mesmo em frente à padaria para confirmar isso mesmo. Fui ao ponto de dar a volta até ao Pátio da Estátua, com a ténua esperança deste portão ser o tardoz e a entrada do outro lado - sim, já sei, é estúpido, mas não quero ser acusado de não ter tentado. Mas nada. Voltei ao mesmo sítio, bati à porta, encostei o ouvido, e nem vivalma. Nem cheirinho a pão se sentia.


De regresso a casa e de mãos a abanar, mostro as fotos à minha mulher para provar que 1) sim, fui à padaria e não dar uma rapidinha a uma amante furtiva que tenha por aí, 2) dei com o sítio e 3) estava fechado. Tive muita pena, mesmo, pois confirmei depois na página do Facebook que de facto a padaria abre às 8, e está apenas fechada às segundas. Vim a saber depois que abriu, sim, mas bem além da hora de me poder estrear como cliente. E desejo o melhor para os proprietários, o melhor dos melhores, e isto de um montijense para outra montijense: quero muito, muito, muito comer o pão alentejano, a broa e afins. Mal posso esperar. Só que assim fazem-me perder face, bolas. Já de saída e atrasada, sem pão mas com razão, a minha mulher atira com um "vocês portugueses são sempre a mesma coisa". E se a minha cara ficou vermelha...


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