domingo, 15 de novembro de 2015

Kalashnikoves de bancada


Oi pessoal, sou eu! Isso mesmo, pois, já sabiam, e eu sou um chato. Pois sou, claro, tudo o que quiserem. Agora, escolhi aquela imagem retirada aqui há uns anos na mesquita de Bruxelas para ilustrar a introdução a este artigo, porque achei...sei lá..."gira". Por razão nenhuma em especial, não para dizer que mesmo depois disso ainda estou vivo, nem para assumir nenhum tipo de simpatia pela religião que se pratica naquele local de culto, nem por nenhuma outra. Aliás, nunca disse isto por respeito às pessoas que professam uma fé, ou acreditam no Pai Natal, ou pensam que os esquimós existem, mas na verdade eu quero é que todas as religiões se f... . Pronto, já disse, e apesar da auto-censura, para bom entendedor, "f" basta. Neste processo onde as religiões se podem ir todas f..., gostava de deixar claro que estou apenas a dar uma sugestão, e não tenho o poder de fazer com que se f... todas, com uma "ganda pinta". No caso de aceitarem essa sugestão, vão, e não façam muito chinfrim, mas sobretudo não me chateiem - claro que não é necessário acrescentar que não há religiões que eu queira que se f... mais que outras, pois para mim, todas se deviam ir f... "to the max", e como tal, não me vou par do lado de uma contra outra, nem acentuar sobre alguma em especial a vontade que tenho que se vá f..., que repito, pode ser da mesma forma que todas as outras.


Ah, é verdade, aqui foi uma mesquita em Singapura. Não, não...enquanto lá estive não rebentou nada, nem ninguém me fez mal. Aliás deu-me a entender que tinham medo de mim, por algum motivo, e como podem ver, estou a usar uma indumentária neutra, e não uma veste de cardeal, ou a farda do Papa. Gosto de visitar mesquitas, como gosto visitar outros locais de culto, mas mais pelo seu aspecto estético, e lógico, e assim sendo, aproveito para recordar também nestes se pratica uma religião, neste particular o Islão, e como todas as outras religiões, quero que se f... em grande estilo. Mas esperem, que é melhor mudar de poiso, senão ainda me acusam de "islamismo" (os rótulos que as pessoas dão umas às outras, triste...)


Ah pronto, aqui numa igreja católica em Cantão, e logo na hora da missa, com a particularidade desta ser dada pela Igreja Patriótica, a única autorizada no continente. Agora só faltava chamarem-me "comunista", também, mas antes disso quero que saibam que tanto esta patriótica da China, como a outra de Roma, podem-se ir f..., e espero que quando chegarem encontrem lá todas as outras, sem excepção, que na sua vertente teológica até não têm nada de mal - o problema são as pessoas, que as usam para fazer m..., e para se f... umas às outras. É chato, eu sei. Mas sendo eu imune à radiação emanada pelas religiões, e não sendo CRENTE (nos dois sentidos) ao ponto de acreditar que todo o conflito é ordenado por desígnio divino, e não da mera luta pelo poder dos homens (de alguns, claro), tenho mais resistência a certas...hmmm...parvoíces, sabem? Coisas que nos tentam impingir e em que infelizmente muita gente aceita sem parar para pensar um bocadinho. Ou porque se calhar acha que tem mais piada um mundo onde nos andamos a matar uns aos outros, mas curiosamente vejo mais pessoas que preferem ir mandar os outros se matarem por algo que está convencida ser razão legítima para tal, mas fica com a cuzinho sentada numa cadeira, em vez de ir lá combater os seus moinhos de vento. Muito coerente, sem dúvida. Eu não odeio ninguém por professar uma religião, mesmo que ache que esteja enganada. A pessoa por mim é originalmente boa, mas a religião é que eu quero que...completem? Isso mesmo, que se f... . All night long. Agora vamos à apresentação de hoje, que tem muito a ver com a de ontem, e ainda oportunamente acrescenta uma ou duas coisinhas.


Ora bem, reparem nesta...oops, ia dizendo notícia. Peço desculpa. Reparem nesta deturpação caluniosa da autoria de um atrasado mental qualquer que julga que toda a gente é estúpida. Portanto, ali vemos que "os refugiados não vão ter que pagar os estudos universitários", ao contrário dos portugueses, e atenção, DOS BRASILEIROS, que são, e passo a citar, "as pessoas que estão trabalhando diariamente para tornar Portugal um país melhor e mais competitivo". Ena! Podia  agora arranjar aqui uma série de opiniões de portugueses sobre o que pensam destes "irmãos" que tão desinteressadamente os ajudam "a tornar Portugal mais competitivo", mas isso seria rebaixar-me ao nível desta gentinha. Como podem depreender do estilo e da "independência" evidenciados, este é um "site" brasileiro, portanto completamente informado da realidade portuguesa, e sabendo perfeitamente o que diz: os refugiados entram pelas universidades adentro, deitando a língua de fora aos pobres portugueses, que ficam à míngua, e posto isto "têm mais direitos". Reparem ali em cima nas secções deste "site": finanças/crise económica/futebol/terrorismo. Pronto, aí está, o terrorismo é dado ao estilo do Boletim Meteorológico, deixando saber as regiões onde é mais provável acontecer terrorismo, e se vai ser médio ou de pequena vaga, e se vão ocorrer nas zonas interior ou do litoral. Aproveitem também para ver o horóscopo, e saibam se o vosso signo é um dos mais vulneráveis a que aconteça terrorismo. Bardamerda. Agora vamos ver a notícia A SÉRIO.


E aí está o que realmente se passa: os refugiados QUE TENHAM COMEÇADO OS ESTUDOS UNIVERSITÁRIOS, não "todos os refugiados", podem pedir na Universidade Lusófona, que criou um gabinete especial para atender estes casos, o reconhecimento das suas habilitações, e do curso em questão (e não creio que "jihadismo" seja um curso disponível na UL), que depois mediante apreciação, podem ou não CONTINUAR os estudos de forma completamente gratuita. Isto existe noutros países civilizados, e louva-se a UL pela iniciativa, que levou a cabo indiferente aos grunhos obtusos dos ignorantes. Eu não estou a pedir que acreditem numa ou noutra notícia, mas se acham que "Universidade Lusófona" quer dizer "Portugal", e "cursos gratuitos" são "os direitos dos portugueses", epá, força, quem sou eu para vos impedir? Eu até pedia "desculpa" por estragar a festarola que é "denunciar esta injustiça" (lol), indiferente ao facto de ser ou não verdade, mas há pessoas a quem a verdade "tem menos piada", senão depois como é que iam fazer esta triste figura:



Desconfio que isto é uma montagem, pois o indivíduo na imagem não deve ter propriamente um nível de literacia que lhe permita um quadro tão elaborado, e com um raciocínio próprio dos idiotas que falam de boca cheia. Mas isso não é o mais importante, pois essa das notícias e vídeos falsos, incompletos, ou imagens fora de contexto já resvalam na carapaça da indiferença, direitinhos para o esgoto. Mas pronto, aqui vamos: quem disse que precisa de ir para "a Síria" para "regressar como refugiado". E fala-se disto com um à vontade que até parece que existe algum curso técnico-profissional nesses países que ensina a ser "refugiado". Para perceber isto melhor, vamos ver do que se trata o estatuto de refugiado:


E aí está, o estatuto de refugiado (podem consultar no "link") é atribuído pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), mediante o pedido dos interessados, que depois é analisado, etc. etc. Portanto são os SEF que tem essa tarefa, e o ministro da Administração Interna que tem a palavra final! Contudo não vejo ninguém a ir lá protestar, chatear, bater com o pé, e nem uma palavra sobre os SEF ou o ministério nas redes sociais, muito estranho. Deve ser porque é um lugar que tem bófia lá e porta, e tal, e se dizem alguma coisa que não devem do ministro ainda se arriscam a apanhar com um processo judicial, e não sei quê, portanto toca a tentar passar a ideia de que os "refugiados" vêm da Síria já "refugiados", que combinaram lá tudo muito bem, só para nos tramarem, os malandros. Isto é gente muuuito corajosa, sem dúvida. E note-se que não vem referência nenhuma sobre a nacionalidade que os refugiados devem ter, ou que religião confessam, ou de onde vêm: basta estar a ser "gravemente ameaçado", ou "correr perigo iminente de vida". É fácil! É por isso que dizem da boca para fora com aquela facilidade toda que "quero ser refugiado, para ter tudo de borla, oh oh oh". Que querem tudo de borla já se sabe, não fossemos um país de espertalhões, mas vejam ali à direita os "direitos dos refugiados". Bah, "direito à identidade", para quê? Dá para viver sem isso. "Acesso ao mercado de trabalho", pfff...quem quer essa merda. Mas...o quê??? Têm acesso ao sistema nacional de saúde??? É só luxo! Querem ver que agora também adoecem, como as pessoas? O quê, e as crianças podem ir à escola??? Está mal, deviam ficar era em casa, a repetir "obrigado" mil vezes a nós, os seus salvadores, apesar de não os querermos lá por razões que não temos, e por isso inventamos, ou em alternativa caem na marginalidade, para depois serem apanhados e nós barafustarmos com a boca cheia de tremoços "'tás a ver, tás a ver? a gente ajuda e depois é assim que nos pagam!". Por falar em pagar...


Achei isto importante, pois já me dá náuseas ver a quantidade de palermas que anda por aí a ladrar que os refugiados vêm "com o dinheiro dos nossos impostos" - até parece que vão às finanças com a bolsinha das moedas para "pagar os impostos", todos bonitinhos. Não fosse pela retenção na fonte, queria ver se pagavam, ou se arranjavam uma "escapatória à tuga" para fintar o fisco. Adiante. Como se pode ver ali na parte que sublinhei, o Conselho Português para os Refugiados (podem saber mais aqui, na página oficial) acolhe os refugiados COM O DINHEIRO DO FUNDO EUROPEU PARA OS REFUGIADOS! Escusado será dizer que se não acolherem refugiados, não há fundo para ninguém. Agora se isso era bom ou mau, quero lá saber, mas não me venham é com conversas de que são vocês que pagam blá, blá, blá. Pagam o tanas, não vos custa um centavo e reclamam. Típico. Ah, e já agora: 


Ui, que agora é que fiquei lixado pá, que me vão já cair em cima, com "então os gajos não vinham trabalhar, era? e os nossos pá? e os nossos, oink, oink" - isto como se quisessem saber "dos vossos" para alguma coisa. Isto mais parece o jogo da macaca, entre "os vossos" e "os deles". Mas pronto, esta é outra notícia que tem sido veiculada pela extrema-direita, que aproveitando-se de gente que depois não lê as notícias completas, ou está tão desesperada que acredita em tudo, vai capitalizando no ÓDIO. Nunca pensei ser legítimo alguém ficar incomodado com pessoas vindas de um cenário de guerra a serem acolhidas num ambiente de paz, ou a encontrarem uma ocupação, que neste caso, entenda-se, nem vai ser tão bem remunerada quanto isso. Vão atirar ovos aos tipos da RHmais, mas não lhes chamem é de parvos. Além disso, que interesse teria este grupo em preterir "os nossos, pá, os nossos" (isto soa melhor com a boca cheia de favas). Ora essa, eis a explicação de mais esse "mistério": 


Ora aqui está, vão avaliar os processos mediante a oferta e a procura, o que quer dizer que não vão meter nenhum "dos nossos, pá, os nossos" na rua, e vejam bem onde existe "urgência de mão-de-obra": no sector agrícola! E faltam costureiras! Pois é, "os nossos, pá, os nossos" podem estar desempregados, mas pensam o quê? Que vão cavar? Coser meias? 'Tás mazé maluco, pá. Eu ainda diria que têm dignidade, e que não se vão sujeitar a trabalhos braçais, mas depois vejo coisas como "quero ser refugiado para ter tudo e borla", e penso que… na, dignidade não é bem o termo. Digamos que aqui os "refugiados" passaram a ser mais um cromo para a caderneta dos pretextos, de onde já constam coisas como "não tenho cunha", "sou doente não posso ficar de pé", "eu estava quase acabar o curso, mas...", etc. Agora podem dizer "eu até cavava a terra, se fosse preciso, mas estão lá os refugiados". Eu sei que a memória é curta, mas deixem-me reavivá-la com isto:


Pois é, quando aqui o Papadoor sugeriu que os refugiados podiam ir limpar as florestas, que por acaso sempre é uma boa alternativa a ficar em campos de concentração a olhar para ontem, a esquerda pulou como se tivesse uma mola no cu, vociferando que "não senhor, que insulto, ele que lá limpar as florestas e os refugiados que vão para primeiro-ministro" - mais ou menos isto. Depois disso, apesar de ter perdido as eleições, os mesmos indignados com a insensibilidade daqui do Vindaloo meteram-no como primeiro-ministro. Esse país é um assombro. No entanto não me recordo de ninguém da parte dos "e os nossos, pá, os nossos" vir dizer que "os nossos pá, os nossos" é que deviam ir limpar as florestas, e já agora em troca recebiam nem que fosse uma esmolinha para o Santo António, que sempre é melhor que "dormir na rua", enquanto que os refugiados dormem em hotéis de cinco estrelas - até podia ser verdade, se o tal subsídio que serve apenas para o efeito de acolher refugiados o permitisse, o que tinham vocês a ver com isso? Alguém vos diz como devem gastar o vosso dinheiro? Ah bem, estamos entendidos, então. Mas agora...


...tivemos novos atentados em Paris na sexta-feira, onde se contabilizam já 139 mortos confirmados, podendo o número ultrapassar os 200. É assim: eu quando oiço falar em "luto em respeito pela memória das vítimas", para mim todas as palavras nessa frase contam, incluindo "respeito". Não me vou alargar em comentários, e deixo as teorias da conspiração para quem não tem mais que fazer. De resto o atentado foi reivindicado pelo ISIS, ou Estado Islâmico, e penso que mesmo que não fossem eles os autores, reivindicariam na mesma - é isto que eles fazem, e orgulham-se disso. Eu abstenho-me de falar do Estado Islâmico, e é possível que tenham reparado, e decidi tomar essa posição a partir do momento em que vejo um responsável do dept. estado norte-americano dizer que "são em grande número e repartidos por células organizados, tornando-se muito difícil combate-los e capturá-los". Ponto. Se o sr. americano disse isto, é porque com toda a certeza é verdade, pois a única razão porque apanharam Bin Laden, foi porque a empregada do gajo não veio naquele dia (tinha os véus todos na lavandaria), e ele precisou de sair da toca para ir buscar o jornal. Assim, mais nada. E a gente acredita, claro, todos os terroristas têm um dia menos inspirado, em que o terrorista passa pelo terror, helas. Mas para que é que os americanos se vão preocupar com o ISIS, se já têm vocês para fazer isso por eles? Ou não? Ah esperem lá, que os do ISIS já estão perdidos, já não vão largar a droga pá, e além disso ouviram dizer que são uns gajos f..., por isso, ui, vamos antes chatear inocentes que não têm nada a ver com o caso:  


Agora segurem-se que vem aí turbulência. Mesmo que não concordem com o que vou dizer a seguir - e tanto me faz, pois não sou eu que vos incomoda, ou quem vos DEVIA incomodar - pesem os dois argumentos na balança, vejam quem está do lado daquilo que consideram ser a "razão", e já agora pensem nas consequências da vossa decisão. Outra vez: pensem o que quiserem, não vos vou obrigar a mudar de ideia, nem fazer cara feia, nem chamar ninguém de "maluquinho" - nem este "artista", que não passa é de um borra-botas cobardolas, como já vão ver a seguir. Portanto, mais uma prova de que alfabetização anda pelas ruas da amargura: eu vejo ali "terroristas", o pintarolas vê "muculmanos" - são como os muçulmanos, mas com mais muco. Eu sei, esta foi baixa, mas não tanto como aquilo que se segue:


Pronto, aí está, para depois não virem dizer que "ninguém associou os refugiados aos terroristas dos ataques de sexta-feira", aqui está a prova. Pimba. Eu fico ENVERGONHADO de ver na televisão pessoas de bem a explicar que estes refugiados são isso mesmo, refugiados, porque fugiram destes mesmos tipos que levaram a cabo este e outros atentados, como se estivessem a falar com crianças casmurras de três anos. Apesar de já terem passado por coisas horríveis de que fugiram, estas pessoas ainda levam com espertalhões que insistem em dizer que eles "vêm fazer o mesmo" em Portugal, sem nada que sustente esta acusação. Já volto a este cromo, mas primeiro vejam isto:


Desculpem lá, mas isto é mesmo assim ou está tudo de pernas para o ar? Ena que até dá direito a gráficos com bombinhas a rebentar e tudo. E quem é que falou em mesquitas, a não ser um espertalhão que agora imaginou que refugiados = muçulmanos = terroristas. Será que vale a pena repetir pela 5656364ª vez que se TODOS os muçulmanos fossem terroristas que querem dinamitar o Ocidente, seriam mil milhões deles, e não teríamos qualquer hipótese? Eu chego a pensar que esta gente não está preocupada com porra nenhuma, mas sim DESEJA que isto aconteça. Que exemplos temos de qualquer movimentação de células terroristas em Portugal que justifiquem isto? "Ah mas vais ver, e tal". Vou? Porquê, sabem de alguma coisa que mais ninguém sabe? Já informaram o SIS? Já viram a figura que estão a fazer? Mas isto é para levar a sério? Claro que não, e voltemos então ao nosso amigo "mato-os a todos mas vão vocês primeiro" - "qual deles?", estarão alguns a perguntar. De facto, é só heróis:


Pronto, aqui está a solução, estão a ver como é fácil? É só votar no PNR, pois então, coração. Então e a solução para este pânico todo, para esta desgraça que são os refugiados, e o PNR tem...80 mil votos? E o Roti Parota que quer por os refugiados nas florestas a rebentar com as arvorezinhas leva um milhão?! Então como é, ó valentões? Isto explica porque é que os partidos que levam realmente as coisas a sério (falo em termos de eleições, claro) não incluem esta retórica chocha nos seus programas: porque sabem o que a casa gasta, e é tudo "desabafos". Lindos desabafos, não contra o Estado Islâmico, nem contra os terroristas, mas contra aqueles refugiados indefesos, alguns deles cristãos - sim, porque outra treta que vende muito bem é que os que morrem a fugir são cristãos mortos pelos malvados muçulmanos, que são os que chegam a nós. Pois. Agora, já fiquei careca de saber o que "pensa" esta gente, agora vamos ver o que pretendem fazer. Sim, porque chega a um ponto em que já ficámos esclarecidos sobre as intenções destes paladinos da "tradição cristã contra os bárbaros", como disse aquele velho (pudera, nasceu no século XI, quando havia isso tudo), e queremos saber o que pretendem fazer. Aqui falo apenas por mim: não sou refugiado nem do Estado Islâmico, e por isso podem parar de me dizer isto tudo que eu já entendi à primeira. E agora?


Elá, sim senhor, votaste no quê? Ah então afinal foste tu, porreiro. E...o que é aquilo, faz o quê? Sniper? Atirador de Elite Especial? Só se for de postas de pescada. Porque é assim meus amigos: ninguém vos diz isto porque não têm paciência para aturar malucos, mas eu que respeito as pessoas, e não estou a denunciar nem a acusar ninguém de nada de que não se orgulhe até ao inchaço, como é caso deste camarada, mas fica muito, muito mal deixar estas coisas nas redes sociais, onde toda a gente as pode ler. É capaz de haver quem vos diga que têm razão, ia man, mas e depois daqui, parte-se para onde? Mais conversa? Olha, e se começamos a ter atentados todos os dias? Conversa todos os dias? E se realmente acontecer em Portugal - eu espero e confio que não, e muito menos desejo, e parece que sou um caso raro - vamos ter o quê? Subida de tom nos "malvados! malditos! assassinos!"? Concursos para ver quem tinha razão ou não? E que tal aqui o sniper ir lá para a zona de conflito "limpar" os gajos, e tenho a certeza que mata cinco deles com cada tiro, o valentão? E que tal irem para o MAE protestar contra o ministro, para ele não "fabricar" mais refugiados? É que convinha pelo menos parar com tanta cagança, que o ar começa a ficar fétido, e olhem que não é culpa de refugiados nenhuns. E por falar na atribuição de culpas, não podia faltar este:


Só faltava o grande em tudo, Firehead, que aqui não sei bem se está a ser "grande sonhador" ou "grande brincalhão". O que é que uma notícia qualquer que não tem nada a ver com isto pode ser pretexto para enfiar ali refugiados? E não é só: já vi notícias de coisas completamente díspares em que entre um chico-esperto que atira com "pois, e os refugiados não sei quê". Mas se é brincadeira, é  fácil brincar também, reparem:


Pois, tão a ver? Os gajos andam aí, a esfaquear miúdas. Refugiados com Facebook e tudo, pá, que roubaram de uma velhinha. Parece que o refugiado era do Estado Islâmico e até disse à miúda, mas ela, que era de esquerda, a tontinha, não quis saber e foi na mesma, à espera de apanhar com um pau de dinamite, só que levou antes com uma faca. Ai parece que o "refugiado" foi editado? O quê, não acreditam? Quando tiveram "os vossos" no chão e mais uma mesquita em cima das vossas cabeças, não digam que eu não vos avisei ... umas 300 vezes ... repetidamente a colocar notícias destas, muito para além de ter ultrapassado o ponto onde queria chegar, e continuo à espera que vocês vão "pegar em armas", e ir lá ver se me aliviam da paranóia, que sai mais barato que um psiquiatra. 


Pois, eu sei, estou a "brincar com coisas sérias", não é? Os refugiados, e tal, toca a cascar em gente que não nos pode tocar com um dedo, e já agora TENTAR causar o pânico em quem está mesmo a tratar de coisas sérias, como aquelas pessoas que vemos todos os dias na imprensa A SÉRIO, testemunhas de casos bem sucedidos de acolhimento de pessoas que precisam de ajuda. Sede bons cristãos, se preferirem assim, e sigam o exemplo do Santuário de Fátima, não necessariamente acolhendo refugiados na vossa casa, mas demonstrando um pouco de humanidade, e separando a crise humanitária do terrorismo. Ou vão avisar o Santuário, de aquela sopa está armadilhada? Ou ainda fabricar notícias a dar conta de que a tipa que aparece ali com véu foi apedrejada até à morte, e a criancinha degolada cinco minutos depois daquela fotografia ter sido tirada? Viram como os tipos reivindicam os atentados num ápice, e vocês caem que nem moscas, acusando as mesmas pessoas que fugiram deles de ter alguma coisa a ver com isto? "Ah e tal, entre os refugiados há infiltrados, e tal" - e quem disse isto? 


Ah está bem. Não quer dizer que não seja verdade, e a própria ONU confirmou esta possibilidade, mas e depois? E se entrarem de outro jeito? Rebentam, morrem não sei quantos na mesma, mas ó, parvos é que não somos, que junto com os refugiados eles não entram. Nem os refugiados, que se ficarem no seu país têm duas opções: 1) são mortos ou 2) aderem ao ISIS, tornando-o mais numeroso. Qual delas é a melhor para vocês? E essa do Estado Islâmico ser "islâmico", e por tabela todos os islâmicos são "estados" (deve ser essa a lógica, acho) é muito boa. Para mim estes gajos são terroristas, assim como o IRA eram terroristas, tinham "irlandês" no nome, e não me lembro de tanta animosidade contra os irlandeses em geral - e quem vos garante que um irlandês qualquer que conhecessem não era terrorista do IRA, prontinho para rebentar lá com o sítio onde vocês se encontravam? E o mesmo vai para a ETA e outros grupos TERRORISTAS. A religião a que se "agrafam" não faz nenhuma diferença na hora do PUM! - morre-se na mesma, nem melhor nem pior. Ah eles DIZEM "allah akbar"? Vejam o que seria se dissessem "Viva o Benfica!". Aí só podia ser engano, não é? Porque seria "impossível". Admitir que são islamófobos, apesar de em muitos casos isso ser mais que evidente, é que não pode ser nada - fica "mal", e depois na hora de ficar em frente a um muçulmano, que não passa de uma pessoa normal que não tem a religião a que pertence escarrapachada na testa, tremelicam-se todos, e a gaguejar dizem "eu, uh, eu não tenho nada contra muçulmanos, uh?" - e sem este vos ter perguntado nada. Parece-vos um quadro familiar, ou até plausível? Pois é, eu já assisti a isto, e gostava de poder dizer que achei piada, mas não consigo. É que além disso gostam de ostentar o fatinho completo do "politicamente correcto" não é? Mas deixem que vos diga que se por uma lado ser tolerante com indivíduos de outra etnia, origem ou religião é aprovado, debitar discursos odiosos por razão nenhuma, arranjando bodes expiatórios enquanto se deixam os verdadeiros culpados de fora, é muito feio. 

Olha enquanto vocês ficam aí à espera das próximas directivas emanadas do Estado Islâmico, e com esse estranhíssimo "wishful thinking", que parece quererem que aconteçam desgraças só para terem razão, eu vou à minha vidinha, e tudo o que vos peço é que reflictam, e pensem de que lado se estão a colocar, e poupem-me com esses alertas de que vai tudo morrer e não sei que mais - e vai mesmo, ou pensam que fica alguém por cá a ver a banda passar? Essa é que era boa. E se insistem tanto, vão em frente, votem no PNR, peguem em armas, culpem os refugiados, já que o Estado Islâmico dá cagufa, meus trapezistas com rede-social. É fácil falar de guerras, mais difícil e manter a continência no caso de irem parar ao meio de uma. E não estou a falar da "continência" que os militares batem, com o dedo em frente à testa. Isso mesmo, a outra. Porque é que não vão pedir ali ao capitão tótó, que é sniper, para ir abater uns terroristas, que eu acho que até seria uma ideia interessante, em vez de "mandar bocas" a inocentes - fica mal num Rambo daqueles, jaaaasus. Ou por uma questão de coerência podiam alojar um daqueles sem-abrigo de que têm tanta pena, e que não se cansam de mencionar quando se referem ao auxílio prestado aos refugiados, acrescentando essa popular mentira "...com o dinheiro dos nossos impostos". Ou servem só para fazer de peões, usando-os apenas na hora de falar mal dos refugiados? Olhem que isso não lhes enche a barriga nem torna o chão onde dormem mais confortável. Ai não sabem o que é coerência? Pudera, é o que dá as más companhias, PNR, Estado Islâmico, Le Pens e companhia. Até desconfiam que pode ser uma coisa má, não é mesmo? Só pode ser coisa desses refugiados. Outra vez, camaradas, agora sou eu quem vos diz, mas deixa-vos ao vosso critério, e dá-vos liberdade de escolherem o caminho que quiserem, desde a estrada dos anjinhos até ao desfiladeiro do disparate: ACORDEM!

1 comentário:

Unknown disse...

Meu caro, estava apenas a ser irónico, tem lá calma contigo...

Quanto ao PNR, em Portugal não assusta, é verdade, mas em França, cuja capital é Paris e aconteceu o que todos vimos, a irmã nacionalista do PNR, vulgo Frente Nacional, parece que está muito bem lançada. São coisas destas que afligem.

Abraço e vamos esperar que não haja atentados do género em Portugal, pelo menos!